30 de maio de 2006

«O Código Da Vinci» («The Da Vinci Code», 2006), de Ron Howard


Para ir directo ao assunto, devo dizer que este é um bom thriller, feito para o grande público, mas com matéria suficiente para entreter enquanto nos faz reflectir sobre a História, especialmente a religiosa. Claro que grande parte do mérito do empreendimento vem da história original – o estrondoso fenómeno literário que Dan Brown criou. Não li o livro, mas é óbvio que se trata de um enredo imaginativo, uma deliciosa especulação que fascina por lidar com temas como as sociedades secretas, a arte e a história. Quero crer que é mesmo uma vantagem abordar o filme sem ter lido a obra literária, pois assim se evita a dispersão que sempre acarreta a comparação entre os dois. Vejam-se a propósito as reacções generalizadas de desilusão que os fãs do livro têm manifestado.
É óbvio que Ron Howard é um cineasta menor, rotineiro e incapaz de surpreender, mas tem que se compreender que era isso mesmo que o estúdio pretendia para alterar o mínimo possível aquilo que já era um estrondoso sucesso público. Podemos imaginar o que outro realizador (mais talentoso) faria com este material? Sem dúvida que sim. Mas aquilo que temos é uma história capaz de prender, fabricada com todos os ingredientes à disposição desta indústria.
Quanto à polémica, é contraproducente e acaba por ser quase ridícula. Obviamente que os protestos só geram publicidade gratuita e maior curiosidade. Este filme é tudo menos polémico e não podia ter ar mais ficcional…

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