21 de janeiro de 2013

A Vida de Pi (The Life of Pi, 2012), de Ang Lee


Visualmente belo e um tanto invulgar na forma como tenta equilibrar o lado de parábola com a dimensão necessariamente mais realista, «A Vida de Pi» não consegue arrebatar o espectador. O empreendimento, apesar de tudo, vale a pena, mas quanto a mim está muito longe de ser um dos melhores filmes do ano.

17 de janeiro de 2013

A Casa na Floresta (The Cabin in the Woods, 2012), de Drew Goddard



Um filme que, partindo das convenções do género de terror, inova ao começar a desconstruir essas mesmas convenções. 

Acentua-se o lado cómico em detrimento do terrífico, mas o grande mérito é, sem dúvida, do inteligente argumento. 
A parte final é particularmente saborosa, quando a ideia delirante da história se afunila para um irónico desfecho apocalíptico. E a cúbica concepção subterrânea é um achado capaz de entusiasmar os fãs do cinema fantástico. A mim entusiasmou.

5 de janeiro de 2013

Enquanto Dormes (Mientras Duermes, 2011), de Jaume Balagueró


Um interessantíssimo thriller de um dos mais interessantes cineastas espanhóis da actualidade, co-realizador do excelente "Rec". Um dos pontos fortes do filme, que nunca se perde com divagações, é precisamente a verosimilhança daquele retrato (uma óptima prestação de Luis Tosar) e da história. Um sociopata é acima de tudo alguém cujo mundo interior é mantido fechado a sete chaves das outras pessoas. É frequentemente alguém que não partilha os seus afectos (contudo, é muitas vezes visto como alguém simpático e prestável). É esse o caso de César, fazendo lembrar outra personagem perdida na sua imensa tristeza - Robin Williams em "One Our Photo". E o final demonstra como os mais requintados actos de malvadez se afastam do gore de filmes como "Hostel" ou "Saw". Trata-se de ferir a alma e não a carne.