6 de julho de 2004

"Brando, o imortal"

Faleceu Marlon Brando, um dos maiores actores que o cinema conheceu. Dele é conhecido o mau feitio, as opiniões e atitudes politicamente incorrectas, a gordura desmesurada com que pareceu querer matar a sua imagem de "sex-symbol". Mas o que realmente importa é a sua singular dádiva aos filmes. Devo dizer que não conheço (shame, shame) os seus famosos filmes dos anos 50, mas bastam-me as memórias de três grandes obras para o considerar um dos melhores actores do mundo: "O Padrinho", "O Último Tango em Paris" e "Apocalypse Now". As suas personagens estão de tal forma misturadas consigo próprio que a sensação milagrosa acontece perante os nossos olhos: a partilha íntima que um ser opera com um espectador por via da sua personagem. Permitam-me que destaque a sua inolvidável presença no maravilhoso "Apocalypse Now", síntese da sua arte: bastam breves instantes para ficarmos a saber o que é um actor genial.
Sophia Loren disse que actores como ele deviam ser imortais... E são!

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