2 de janeiro de 2006

«A Noiva Cadáver» («The Corpse Bride», 2005), de Tim Burton e Mike Johnson


Uma maravilha de fluidez narrativa, impacto visual, criatividade na concepção dos bonecos e capacidade de criar uma fábula tão divertida quanto dramática.
Tim Burton repetiu a proeza do genial «O Estranho Mundo de Jack» (sendo apenas ligeiramente inferior a este) e deu-nos mais um presente de cinema para a posteridade. É difícil eleger o melhor: os bonecos/personagens irresistíveis, o cunho visual gótico/expressionista, as vozes (que vozeirão o de Christopher Lee!), as imaginativas sequências musicais, os ambientes contrastantes entre o frio das mansões do mundo dos vivos e o autêntico cabaré do mundo dos mortos, o assombroso detalhe visual, o encontro entre os dois mundos (que tem um desfecho hilariante), o dilema trágico da noiva cadáver , as referências cinéfilas, o negrume que consegue destilar num contexto de cinema de animação. Enfim, um sem número de aspectos que deixam os amantes de cinema a salivar. E vem provar que, apesar do deslumbre que a animação digital tem gerado nos tempos mais recentes, o génio cinematográfico não tem fronteiras formais nem metodológicas. O artesanal «stop-motion» ombreia com os mais poderosos computadores, em resultados artísticos, entenda-se. Desde que tenha aos comandos um homem como Tim Burton…

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