Esta é uma lista obviamente subjectiva dos filmes que se avizinham e que aguardo com especial interesse. O critério principal é o realizador e, depois, tudo aquilo que é possível saber sobre o projecto (actores, tema e demais aspectos da ficha técnica/artística).
1 – «Munique», de Steven Spielberg
Spielberg a enveredar por caminhos polémicos. Em vez da segurança do cinema industrial (que ele tão bem sabe fazer, embora o transcendendo constantemente pela superior qualidade que lhe imprime), o mestre resolveu matizar um episódio histórico que implica um dos grandes conflitos do nosso tempo, o israelo-palestiniano. Escapando uma vez mais a todos os rótulos que lhe gostam de colar, nem sequer permitiu uma promoção massiva como é habitual nos seus projectos. Mas claro, esta técnica de anti-marketing acaba por ser a melhor forma de marketing… Promete, e de que maneira.
2 – «Inland Empire», de David Lynch
Um filme de David Lynch é sempre um acontecimento. Ou não fosse ele o mais original entre os grandes cineastas (seguido de perto por Cronenberg). Misterioso (melhor, insondável) como habitualmente, aqui Lynch nem sequer tinha um guião definido antes de filmar. Com Jeremy Irons e Laura Dern. Espera-nos mais uma viagem desconcertante…
3 – «Goya’s Ghosts», de Milos Forman
Grande projecto dirigido por um realizador de eleição sobre um artista de eleição. Argumento do grande Jean-Claude Carriére. Elenco com os estupendos Javier Bardem e Natalie Portman (e ainda com Stellan Skarsgard como Goya). O autor do lendário «Voando sobre um ninho de cucos» não costuma desiludir. Co-produzido por Saul Saentz e filmado em Espanha, este é um filme muito prometedor.
4 – «Nada a Esconder», de Michael Haneke
Prémio de realização do último Festival de Cannes. Consagração nos Prémios Europeus de Cinema. De um dos grandes cineastas europeus contemporâneos, autor de «A Pianista» e «Código Desconhecido». Excelentes críticas até agora.
5 – «Youth Without Youth», de Francis Ford Coppola
Regresso à realização de um dos maiores realizadores de sempre, com um projecto simultaneamente modesto e com um gosto renovado por experimentar. A filmar na Europa com um elenco maioritariamente europeu. Aguarda-se com ansiedade.
6 – «The Departed», de Martin Scorsese
Scorsese é Scorsese, logo, o seu próximo filme é obrigatório. É um remake do filme de Hong Kong «Internal Affairs» (2002). Mesmo que não tivesse Jack Nicholson (a fazer de mau) e Leonardo DiCaprio. Mesmo que não tivesse Thelma Schoonmaker (montagem), Michael Ballhaus (fotografia) e Howard Shore (música). Mas tem.
7 – «Zodiac», de David Fincher
Thriller sobre o assassino do Zodíaco, que aterrorizou São Franciso nos anos 60 e 70, nunca tendo sido apanhado. Harris Savides fotografa e Mark Ruffalo, Robert Downey Jr. e Jake Gyllenhaal protagonizam. Ingredientes de sobra para querer revisitar os temas de «Seven» e as técnicas do fabuloso realizador de «Clube de Combate».
8 – «Match Point», de Woody Allen
Dizem que é o melhor filme de Allen em anos. Isso já diz tudo de um dos nomes incontornáveis do cinema mundial, que nunca faz um filme sem interesse ou insosso. Parece que os ares da Europa lhe fizeram bem (filmou em Londres duas vezes seguidas), embora os ares da América nunca lhe tenham feito mal.
9 – «World Trade Center» (título provisório), de Oliver Stone
É com enorme expectativa que aguardamos pela reacção do povo americano à tragédia do 11/09 filtrada pela câmara de Oliver Stone. Este Jim Morrison do cinema actual (excessivo, igualmente amado e odiado) promete muito. Depois do injustamente trucidado «Alexandre», Stone vai mostrar (digo eu) que a sua carreira não acabou.
10 – «Babel», de Alejandro González Iñarritu
O excelente autor de «21 Gramas» continua fiel às suas narrativas cruzadas. Agora o ponto de partida é uma tragédia que afecta um casal em férias. Filmado no Japão, Marrocos e Canadá, com Brad Pitt, Cate Blanchett e Gael García Bernal. Escrito por Guilermo Arriaga e fotografado por Rodrigo Prieto. Esperam-se elevadas doses de dramatismo.
P.S. – Curiosamente, três deste filmes («Caché», «Match Point» e «Munich») estreiam em menos de um mês. Os outros irão surgir bem mais tarde. Saliento também que ainda não estrearam três dos filmes que faziam parte da lista que elaborei no ano passado (e que continuo a aguardar com ansiedade): «The History of Violence», «The New World» e «Manderlay».
1 comentário:
Pois é, mas isso é apenas um indicador. Os ingredientes mostram algo prometedor... Vamos aguardar para ver.
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