"Closer" confronta-nos com um teatro de crueldade onde as relações humanas (sob o manto diáfano do amor) são uma espécie de guerrilha que propaga um estado de cicatrização permanente. As quatro personagens principais enredam-se na teia que vão criando à medida que não deixa espaço para a pureza ou a mínima réstea de ingenuidade. Quanto mais perto se encontram mais fundo se agridem. Os diálogos são cortantes e os actores são brilhantes nesse jogo do faz-de-conta que é a representação. Sendo injusto destacar algum, Clive Owen merece especial referência pela forma como combina a técnica com o olhar e a voz. Mike Nichols brilha com a adequada encenação minimalista que potencia o mérito das verdadeiras vedetas (texto e actores), conseguindo aqui talvez o seu melhor filme.
Um excelente filme, que não nos deixa nada bem dispostos, mas ajuda a compreender a tortuosidade de muitas relações.
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