Decepcionante regresso do veteraníssimo e heterogéneo Robert Altman.
Este é um objecto que, antes de tudo, encalha na mais elementar indefinição programática. Ou seja, Altman não decidiu se queria fazer um documentário sobre o mundo da dança ou uma ficção nesse mundo inspirada ou passada (se decidiu, pelo menos, não se nota). O resultado é uma mistura das duas possibilidades que acaba por desbaratar o interesse da fita. Não existe um verdadeiro argumento, apenas um conjunto de sequências do quotidiano da escola de ballet de Chicago. As personagens também não têm um interesse que transcenda a banalidade. Aliás, não se percebe a necessidade de recrutar actores profissionais como Neve Campbell, Malcolm McDowell (caricatural) e James Franco. Não trazem nenhuma mais-valia a um projecto totalmente desprovido de dramatismo ou de sentido narrativo, não conseguindo gerar no espectador emoção.
Sobra um punhado de belos momentos de dança, ora com excelentes coreografias, ora com uma singela fixação na harmonia de um corpo. E isso é pouco. Já se sabe que mesmo um documentário tem que ter uma perspectiva, um propósito, uma intenção. Ora aqui não se vê mais do que bailado filmado, já que a câmara é neutra. Surpresa maior quando o vazio é assinado por Robert Altman.
Em suma, medíocre.
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