Que David Cronenberg é um dos maiores cineastas vivos nunca é demais referir. Na sua última obra, o realizador canadiano foi a Londres filmar o (sub)mundo da máfia russa a actuar na cidade do nevoeiro. Longe da sua marca fantástica – um pouco como acontecera no anterior «Uma História de Violência» –, Cronenberg encena a possibilidade de uma família: através da construção de um puzzle que converge para o mais belo plano do filme, quando o improvável casal se beija depois de ter salvo o filho que adoptou algo involuntariamente. Viggo Mortensen tem aqui a melhor interpretação da sua carreira, naquele que é um dos melhores filmes do ano.
30 de dezembro de 2007
Beowulf 3D (2007), de Robert Zemeckis
Mais um marco na evolução tecnológica do cinema, este filme regista uma nova geração dos filmes a 3 dimensões. A espectacularidade de muitas cenas, que exploram cabalmente as potencialidades desta tecnologia, quase faz esquecer os outros ingredientes que constituem um filme (argumento, interpretações…). Ainda assim, o filme resiste e resulta num todo amplamente recomendável. Robert Zemeckis fê-lo outra vez: depois de filmes inovadores como «Quem Tramou Roger Rabbit?» ou «Forrest Gump», continua na linha da frente no alargamento das fronteiras daquilo que os filmes nos conseguem mostrar. Neste caso, o espectáculo vale a pena, e abre-nos o apetite para o que ainda está para vir.
17 de dezembro de 2007
Ao Anoitecer (Evening, 2007), de Lajos Koltai
Um elenco de luxo para um interessante filme romântico, que vale por alguns bons momentos quase teatrais (as cenas entre Vanessa Redgrave e Meryl Streep, assim como quase todas com Toni Colette, uma das melhores actrizes da actualidade). A realização é apenas ilustrativa, mas vale pelas actrizes, com talento bastante para disfarçar todas as outras insuficiências.
13 de dezembro de 2007
A Estranha em Mim (The Brave One, 2007), de Neil Jordan
Jodie Foster é daquelas actrizes cujas capacidades artísticas podem sustentar um filme. Depois de muito tempo ausente, é um prazer revê-la. A sua força no ecrã remonta a «Taxi Driver» e nunca esmoreceu. O filme, embora dirigido por um normalmente óptimo Neil Jordan, é basicamente o veículo de uma grande actriz, já que o retrato que pretende fazer da insegurança urbana nem sempre é conseguido, roçando um certo sensacionalismo vigilante dos filmes de Charles Bronson e afins. Um destaque para a química interessante entre Foster e Terrence Howard.
11 de dezembro de 2007
Planeta Terror (Planet Terror, 2007), de Robert Rodriguez
Com «À Prova de Morte», de Quentin Tarantino, forma o díptico «Grindhouse», que nos EUA foi exibido numa única sessão. Embora um pouco inferior ao filme de Tarantino, «Planeta Terror» é diversão garantida: “pastiche” dos filmes de zombies, recheado de piscadelas de olho cinéfilas e momentos irresistíveis a envolver mutilações, humor negro e acção imparável.
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