É sempre de saudar a estreia de um novo filme do delirante Terry Gilliam, se bem que a sua obra seja desigual, oscilando sempre entre o génio e o duvidoso.
A ideia de elaborar uma ficção que misturasse o imaginário associado às histórias que os irmãos alemães coleccionaram e a sua própria vida é interessante. Mais, talvez, do que fazer uma biografia pretensamente fiel à vida dos Grimm.
E pode dizer-se que Ehren Kruger (argumentista de «Gritos») consegue arrancar um argumento escorreito, com alguma originalidade e ritmo fluído. A concepção visual também contribui positivamente para a atmosfera mágica e divertida que é criada (embora não se disfarcem os desaguisados com a substituição do director de fotografia original).
Entre os actores, destacam-se Heath Ledger, muito melhor do que Matt Damon, Jonathan Pryce e Peter Stormare. Não se pode esquecer também a belíssima Monica Bellucci e a sua fantástica indumentária (aliás, todo o guarda-roupa é de eleição).
É um bom divertimento, com algumas sequências divertidas, mas nitidamente com uma vocação mais juvenil (na linha de um «Harry Potter») do que adulta, apesar de algum humor negro ocasional. Esperava-se melhor, embora não seja dos piores filmes de Gilliam (como «Doze Macacos» ou «Delírio em Las Vegas»). Quanto a mim, prefiro o subvalorizado «A Fantástica Aventura do Barão»). E agora espera-se por «Tideland», que promete algo de completamente diferente...
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