Aquilo que mais me agradou nesta nova incursão pelo mundo do famoso herói com fato de morcego foi a forma não estereotipada como foi feita a sua abordagem cinematográfica. Não se vê aqui a maioria dos clichés presentes em muitas adaptações de personagens da BD, conseguindo também ser diferente dos universos criados previamente para a mesma personagem por Tim Burton e Joel Schumacher. Desde logo, o filme faz uma descolagem da BD - que se pretende realista - para dar mais espessura psicológica a Bruce Wayne e para trazer explicações para os seus actos à luz de um cenário compreensível pelos padrões do cinema não fantasioso (chamemos-lhe assim para o distinguirmos daquele que se assume passar-se num mundo com outras regras, característico das adaptações da BD). Esse aspecto é conseguido e fornece sequências de algum empolgamento. Contudo, aquilo que era uma inovação é também um risco. Isso nota-se e gera algum desequilíbrio global, acentuado por uma montagem e realização que nem sempre são os mais adequados.
É muito interessante ver um Batman destroçado e em conflito interior, no limiar de uma passagem para o «lado negro», mas isso nem sempre tem total correspondência com o mundo que está à sua volta. Da mesma forma, é interessante ver uma Gotham alternativa, uma espécie de Nova Iorque decadente e futurista.
É essa tentativa de imbricar o universo da BD com o mundo real que traz a mais-valia a este novo «Batman» que, contudo, não faz esquecer os grandes filmes de Tim Burton. Mas é um filme muito interessante.
25 de julho de 2005
22 de julho de 2005
Sabe o que é a Hypnerotomachia Poliphili?
É um dos livros mais fascinantes e misteriosos da história da literatura. Com mais de 500 anos, é um épico pagão originalmente publicado em Veneza e que fez as delícias de coleccionadores e historiadores durante séculos.
Para quem leu o romance de Ian Caldwell e Dustin Thomason "A Regra de Quatro", este nome não será estranho, já que foi esta obra que o inspirou, gerando um dos maiores sucessos editoriais dos tempos mais recentes.
Agora, para todos os fãs de "A Regra de Quatro" e para os curiosos sobre a Hypnerotomachia Poliphili, chega ao mercado "A Verdadeira Regra de Quatro", escrito pelo Professor Joscelyn Godwin, tradutor pela primeira vez da Hypnerotomachia para o inglês.
Publicado pelas Edições K, na sua estreia editorial, "A Verdadeira Regra de Quatro" descodifica toda a trama de "A Regra de Quatro", distinguindo aquilo que é realidade daquilo que foi romanceado, explicando quem foi o verdadeiro autor da Hypnerotomachia e qual o seu significado, etc.
"A Verdadeira Regra de Quatro" é um "must" para todos os que gostaram de "A Regra de Quatro" e para todos aqueles que querem conhecer a Hypnerotomachia Poliphili – um dos mais belos livros do mundo.
Um livro a não perder!
Para quem leu o romance de Ian Caldwell e Dustin Thomason "A Regra de Quatro", este nome não será estranho, já que foi esta obra que o inspirou, gerando um dos maiores sucessos editoriais dos tempos mais recentes.
Agora, para todos os fãs de "A Regra de Quatro" e para os curiosos sobre a Hypnerotomachia Poliphili, chega ao mercado "A Verdadeira Regra de Quatro", escrito pelo Professor Joscelyn Godwin, tradutor pela primeira vez da Hypnerotomachia para o inglês.
Publicado pelas Edições K, na sua estreia editorial, "A Verdadeira Regra de Quatro" descodifica toda a trama de "A Regra de Quatro", distinguindo aquilo que é realidade daquilo que foi romanceado, explicando quem foi o verdadeiro autor da Hypnerotomachia e qual o seu significado, etc.
"A Verdadeira Regra de Quatro" é um "must" para todos os que gostaram de "A Regra de Quatro" e para todos aqueles que querem conhecer a Hypnerotomachia Poliphili – um dos mais belos livros do mundo.
Um livro a não perder!
13 de julho de 2005
«Colisão» («Crash», 2005), de Paul Haggis
Um dos grandes filmes do ano, «Colisão» tem o mérito de urdir uma teia dramática poderosa que nos envolve e contagia com o seu tom de diagnóstico da alma humana. É antes de tudo um grande argumento (da autoria do realizador, que também escreveu o belíssimo «Million Dollar Baby»), potenciado pela eficaz realização, muito boa direcção de actores e banda-sonora que lhe acentua o tom elegíaco. Começa por parecer um estudo sobre o racismo (e esse é o seu tema transversal), mas quando a história avança vemos que o filme o transcende para criar um quadro bem mais panorâmico. Um dos aspectos fantásticos do filme é que nunca reduz as personagens a uma dimensão: elas são sempre complexas, seres que se confrontam consigo próprios, com as suas crenças, com os outros e com as situações com que se deparam. Genial é a forma como se prova que um agressor pode ter a oportunidade de salvar a sua vítima noutro contexto e, com isso, atingir a redenção; ou como alguém que se reconhece na tolerância seja levado ao assassínio pelo seu insuspeito preconceito. Numa história cheia de sequências de grande emotividade, destaca-se a forma exemplar como nos é mostrado que a vida é (também) feita de grandes coincidências (as balas de pólvora seca são um achado) e pequenos pormenores.
Os actores encaixam-se de forma exímia nas suas personagens, que não têm aqui a importância hierárquica tradicional (não há verdadeiros protagonistas nem verdadeiros secundários), embora me apeteça destacar Matt Dillon numa presença tão forte como já não havia memória.
Ao nível da estrutura e do sentimento, embora isso não seja necessariamente um defeito, nota-se uma semelhança enorme entre «Colisão» e «Magnólia», ainda por cima exponenciada por uma banda-sonora que remete automaticamente para Aimee Mann. Contudo, há outra referência que é «Traffic», de Soderbergh, na forma como um cruzamento de histórias vai pintando um quadro geral sobre um problema (neste caso, o racismo; no outro, a droga), incrustando-o bem no interior da condição humana, a salvo de demagogias. Afinal, só pode dizer que não possui uma réstia de racismo quem não é humano. Por outras palavras, errar é humano. E é isso que é (ou pode ser) fatal.
Os actores encaixam-se de forma exímia nas suas personagens, que não têm aqui a importância hierárquica tradicional (não há verdadeiros protagonistas nem verdadeiros secundários), embora me apeteça destacar Matt Dillon numa presença tão forte como já não havia memória.
Ao nível da estrutura e do sentimento, embora isso não seja necessariamente um defeito, nota-se uma semelhança enorme entre «Colisão» e «Magnólia», ainda por cima exponenciada por uma banda-sonora que remete automaticamente para Aimee Mann. Contudo, há outra referência que é «Traffic», de Soderbergh, na forma como um cruzamento de histórias vai pintando um quadro geral sobre um problema (neste caso, o racismo; no outro, a droga), incrustando-o bem no interior da condição humana, a salvo de demagogias. Afinal, só pode dizer que não possui uma réstia de racismo quem não é humano. Por outras palavras, errar é humano. E é isso que é (ou pode ser) fatal.
7 de julho de 2005
"Star Wars: Episódio 3 – A Vingança dos Sith" (2005), de George Lucas
O que se pode dizer do muito aguardado episódio que fez a ponte entre a trilogia antiga (1977-1983) e a nova (1999-2005) de «Star Wars» é que esteve à altura dos pergaminhos desta saga galáctica que marcou para sempre a cultura popular. A densidade psicológica de Vader/Annakin não tem precedentes nos outros filmes da série e é ela que resgata o filme do puro escapismo e nos coloca em territórios, chamemos-lhes assim, mais «reais». De facto, a tragédia de um homem bom que vende a alma ao diabo por pensar ser a única forma de defender quem ama é clássica, universal e, por isso, uma excelente maneira de resolver o enigma por trás de um dos mais carismáticos vilões da história do cinema.
A história central vem, por essa razão, dar um suplemento emocional a uma epopeia que mistura a ficção científica com a telenovela, onde até aqui reinavam os efeitos especiais e as criaturas mais ou menos exóticas. É importante destacar a este respeito a interpretação mais perturbante do filme – a do fabuloso Ian McDiarmid, que coloca o seu Senador Palpatine numa digna antologia de personagens maléficas. Ficámos assim com um excelente filme para completar a peça que faltava num puzzle cujo fascínio infantil está para durar.
A história central vem, por essa razão, dar um suplemento emocional a uma epopeia que mistura a ficção científica com a telenovela, onde até aqui reinavam os efeitos especiais e as criaturas mais ou menos exóticas. É importante destacar a este respeito a interpretação mais perturbante do filme – a do fabuloso Ian McDiarmid, que coloca o seu Senador Palpatine numa digna antologia de personagens maléficas. Ficámos assim com um excelente filme para completar a peça que faltava num puzzle cujo fascínio infantil está para durar.
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