13 de fevereiro de 2006
«Match Point» (2005), de Woody Allen
Sem dúvida diferente da maior parte dos filmes mais recentes de Woody Allen, este «Match Point» sintoniza-se no drama e na crítica de costumes e afasta-se do humor por vezes hilariante da sua obra mais recente. Mas é claro que está cheio de inteligência – a marca indiscutível do seu autor.
Estamos na presença de um dos melhores argumentos do ano e de um elenco bastante bom, com grande destaque para o fabuloso Jonathan Rhys-Meyers (num dos melhores papéis da sua carreira). É consensual que Allen consegue filmar Londres como se fosse «a sua» Nova Iorque, uma vez que transparece uma naturalidade que advém do conhecimento dos meandros citadinos e do impacto que estes conseguem ter sobre os acontecimentos. E a cidade aqui (o palco) é uma verdadeira personagem do filme. A metáfora do ténis é perfeita para abordar a sorte enquanto metafísica do mundo, exemplificada de forma superior por uma história que doseia milimetricamente emoção e razão para conseguir um resultado que tem tanto de mestria narrativa quanto de importante reflexão existencial.
Os minutos finais são absolutamente geniais. E o derradeiro twist, então, é de deixar qualquer um embasbacado (magistral ironia suprema). Para quem pensava que Woody Allen era um nome do passado… pense outra vez.
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